domingo, 27 de maio de 2012

Pós-pago, pré-ferrado

Todos sabem da minha resistência a telefones celulares, estes aparelhinhos que fazem com que qualquer um te encontre em qualquer lugar, soam em salas de cinema e em reuniões de trabalho, e te obrigam a participar das conversas mais íntimas do estranho que está ao teu lado no ônibus. Pois bem, minha mulher tinha um telefone celular pré-pago simplezinho. Daquele que não tira fotos, não grava música, não toca rádio. Só serve para telefonar mesmo. Um dia resolveu trocar para um aparelho melhorzinho. Aproveitou para mudar o plano também. Trocou o pré-pago que lhe custava uns R$ 20,00 por mês por um pós-pago. A primeira conta veio em R$ 800,00. Erro da operadora, é claro. Mandaram uma segunda conta. Ainda errada. Apelamos para a Anatel e a empresa de telecom saiu pela tangente dizendo que "por ela ser uma boa cliente, concederiam um desconto na fatura daquele mês". Pois é, caradura não tem limites...

Eu, que estava livre dessas maquininhas do diabo, longe das microondas na minha orelha, herdei o celular simplezinho da minha mulher. Do final do ano passado para cá, creio só tê-lo usado umas três vezes. Sempre me assustando que um telefonema de 20 segundos custe quase R$ 2,00. Enfim, continuei creditando (e não usando) uns R$ 10,00 por mês só para que, vez ou outra, minha mulher pudesse me achar no caminho do trabalho para casa ou para o cinema. Cheguei a ficar quase dois meses sem colocar crédito, quando saímos de férias.

Outro dia fui com minha companheira numa dessas lojas de telefone celular. Queríamos saber quanto custaria para incluir o meu celular no plano dela. Dizem que esses pacotes são mais vantajosos, não é mesmo? Coisa nenhuma. O preço mais barato que me ofereceram foi de R$ 60,00.

Essa história de pós-pago é muito esquisita para mim. A gente paga depois que fecha o mês, mas não necessariamente pelo que consome. O plano me oferecia sei lá quantas centenas de minutos (a franquia de R$ 60,00), mas eu não usaria nem um décimo disso. Já acho uma roubada os R$ 10,00 que eu pago no pré-pago só para manter a linha ativa, que dirá R$ 60,00! Continuei no pré-pago, mas ainda assim pensando que vantagem afinal existe em carregar esse aparelhinho do demônio para cima e para baixo, com medo que ele caia do bolso ou seja esquecido em algum lugar.