sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sanguínea madrugada

Nada impede que eu te ame. Foram vinte? Trinta anos? Pouco importa: nada impede que eu te ame. O tempo e a distância intransponíveis não impedem que eu te ame. Como sempre. Como desde o primeiro dia. Nossos brinquedos, nossas brigas, nossa mútua compreensão, nossos desentendimentos. Quarenta anos seriam? Fossem cem e, ainda assim, eu te amaria. Nem a desdita, esta ávida pantera, nem mesmo ela me impede de te amar. O fígado que sofre, a dor que vem da medula, a vertigem do corpo no espaço, o coração que fraqueja, nada impede. Além da existência, por quantos anos restarem, até o fim dos dias, nada me impedirá de te amar.

[11.09.2011]

4 comentários:

  1. Me fez lembrar de uma frase. Acho que é Drummond. "amar se aprende amando". Beijos. Saudades. Passei por aqui.

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  2. Gostei, Eduardo. Principalmente pela ideia de "umbigo", o mais íntimo que se imagina, o mais particular, a auto-suficiência, é o alimentar-se pelo umbigo. O umbigo é nossa raiz e esse amor insistente tem tudo a ver com raiz... Beijoca!!!!!!!

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  3. Meu caro, isto dá música! Fica a dica para quem tem o talento de musicalizar letras. Aproveitando, precisamo marcar um chopp. Grande abraço.

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    1. Declaração de direitos: quem desejar, pode musicar, desde que dê o devido crédito ao "letrista". :-)

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O umbigo é meu, mas você pode meter o dedo. Comente à vontade.