Não estou triste com a morte de Osama Bin Laden. Mas também não compartilho do discurso hip-hip-hurra que muita gente tem adotado. Matar alguém não é lá algo digno de comemoração. O que deveria nos fazer civilizados, em oposição a bárbaros terroristas e assassinos em geral, é justamente não compartilhar de seus métodos. Pode o homem sentir-se, quiçá, aliviado com o fim de seu algoz. Mas feliz por ter matado uma pessoa?
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O discurso que Barack Obama fez na noite de domingo (horário de Washington) termina em um tom entre o triunfalista e o messiânico. Primeiro ele disse que os Estados Unidos podem fazer o que lhes der na telha – "we are once again reminded that America can do whatever we set our mind to". Em seguida, falou nos sacrifícios feitos pelo povo estadunidense para que o mundo seja um lugar mais seguro – "That is the story of our history, (...) our sacrifices to make the world a safer place."
É justamente este tom arrogante que faz com que muitos se voltem contra a nação mais poderosa do mundo. Condição, aliás, que o presidente Obama fez questão de lembrar – disfarçadamente, mas de modo não muito sutil: "Let us remember that we can do these things not just because of wealth or power, but because of who we are: one nation, under God, indivisible, with liberty and justice for all."
Para encerrar, a típica inspiração puritana que fecha muitos discursos de presidentes ianques – "May God bless you. And may God bless the United States of America." – poderia ser facilmente substituída, do outro lado do mundo, por "May Allah bless the Islam". Ao fim e ao cabo, estão todos querendo provar que são melhores que os outros. Ou mais predestinados.
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Sim, a campanha para a reeleição já começou.
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"O mundo caquinho de vidro
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente"
(O Mundo - André Abujamra / Karnak)
Tá cego do olho, tá surdo do ouvido
O mundo tá muito doente
O homem que mata, o homem que mente"
(O Mundo - André Abujamra / Karnak)
Ou, pra usar a língua natal do finado Osama, Eduardo:
ResponderExcluirAllahu Akbar!
(Alá é grande!)